Setembro amarelo: por que falar sobre a prevenção do suicídio é tão importante?

Setembro amarelo

O setembro amarelo é um mês dedicado à prevenção do suicídio e é muito importante e divulgado em todo o Brasil. Essa data teve seu surgimento em 1994, quando um jovem chamado Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio e, em homenagem à cor de seu carro, seus pais decidiram espalhar fitas amarelas por quem estivesse passando pelo mesmo problema. Desde então, o setembro amarelo vem sendo incentivado ao longo dos anos e oficializado aqui no Brasil desde 2015 como símbolo da luta pela vida. Mas por que essa campanha é tão importante? Entenda mais sobre a prevenção ao suicídio e o que você pode fazer para ajudar.

Pelo menos 17% dos brasileiros já pensaram em suicídio

A ideia de suicídio pode parecer muito distante para algumas pessoas, mas na realidade, ela é muito real e pode estar mais próxima do que se imagina. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Campinas (Unicamp), 17% dos brasileiros já pensaram alguma vez em acabar com a própria vida. Desse percentual, pelo menos 4,8% já até mesmo planejaram alguma forma de acabar com a vida. Pelas estatísticas iniciais, já dá pra ter uma noção do quão importante é falar sobre isso, não é mesmo?

Depressão e outros transtornos psíquicos são uma questão de saúde pública

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, praticamente todas as pessoas que já tentaram ou planejaram o suicídio sofrem de algum transtorno mental, emocional e psíquico. Transtornos como a depressão, ansiedade, bipolaridade, esquizofrenia, transtornos de personalidade e narcodependência são os principais grupos de risco e precisam ser tratados como problemas de saúde. Essas pessoas precisam do acompanhamento de saúde para um tratamento a longo prazo, que pode ter associação ou não com medicamentos e psicoterapia.

Prevenção do suicídio: precisamos falar sobre saúde mental!

Apesar de sérios, os transtornos mentais ainda são tratados como um tabu, o que torna uma pessoa em situação de vulnerabilidade psicológica mais suscetível à tentativas de suicídio por acreditar que não pode falar com ninguém sobre como se sente. Para muitos, a depressão e a ideação suicida ainda são consideradas uma tristeza momentânea ou uma “fase”. Por isso, as campanhas de prevenção são importantes para educar a população sobre como agir com outras pessoas que estejam passando por situações de sofrimento psíquico e como ajudá-las da forma correta.

Como posso identificar alguém em situação de risco e ajudar?

Existem algumas frases que costumam ser ouvidas frequentemente por quem está pensando em acabar com a própria vida. “Eu queria sumir”, “preferia não estar vivo”, “queria dormir para sempre”, “se eu morresse” ou “se a gente não se encontrar de novo” são sinais de alerta e devem ser captados. Geralmente, quem está pensando em suicídio também tenta organizar pendências e se despedir de pessoas importantes. Se você perceber que alguém próximo está apresentando alguns desses sinais, se ofereça para conversar sem julgamentos. Tudo o que essa pessoa precisa é de acolhimento! Oriente-o a procurar ajuda de um profissional de saúde e até mesmo entrar em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), no número 188, que atende gratuitamente e 24h pessoas que precisam de apoio emocional.