Cardiopatia infantil: conheça os sintomas, causas e tratamentos
Não é comum falar sobre cardiopatia relacionando com o público infantil, mas elas existem: a cardiopatia infantil é causada por problemas de formação de vasos sanguíneos ou no próprio coração. A maioria delas não pode ser evitada, mas apresenta boas taxas de resolução quando o diagnóstico e tratamento são precoces. Confira a entrevista concedida pelo cirurgião cardiovascular Ivo Richter e conheça as principais informações:
Quais são as cardiopatias mais comuns entre crianças e adolescentes?
As mais comuns entre o público infantojuvenil são as cardiopatias acianóticas. Geralmente, são casos de comunicação interatrial e interventricular ou persistência do canal arterial. Elas ocorrem por uma anomalia no coração durante a gravidez que leva grande quantidade de sangue ao pulmão. Em crianças especiais, com Síndrome de Down, o Defeito do Septo Atrioventricular é o mais comum. Ele gera má formação das válvulas e dos septos cardíacos, podendo desencadear problemas como a hipertensão pulmonar. Em todos esses casos, o ideal é iniciar o tratamento imediatamente após o diagnóstico.
Quais exames são necessários para diagnóstico desses problemas?
O ecocardiograma bidimensional é o principal deles, apesar de estar disponível também na versão tridimensional. Esses exames podem ser torácicos ou transesofágicos, sendo esse último o de melhor resolução. Além desse, também é indicado que o paciente realize eletrocardiograma e radiografia de tórax para melhor avaliação clínica. A angiotomografia do coração e grandes vasos pode fazer parte da complementação diagnóstica.
Existem sintomas específicos que a criança pode manifestar?
Cansaço é o principal. Crianças com pouco tempo de vida podem interromper a amamentação por conta dessa fadiga – e, conforme o crescimento, podem apresentar exaustão no meio de brincadeiras, por exemplo. Jovens podem sofrer com a falta de ar ou cansaço anormal durante as atividades físicas. Outro sintoma comum são as palpitações no tórax. É importante atentar-se ao comportamento de crianças menores, que têm dificuldade em relatar os sintomas. A doença cardíaca sem tratamento adequado pode desencadear infecções pulmonares como pneumonia e bronquiolite.
Essas cardiopatias costumam ter origem genética e hereditária ou surgem por outras questões?
Podem ser hereditárias ou ocorrer a partir de algum processo infeccioso durante a gestação. A rubéola é o mais comum e está associada à persistência do canal arterial. Gestantes com doenças cardíacas podem transmitir o problema ao feto, mas o tema é muito controverso e ainda não há certeza sobre a origem de cardiopatias congênitas.
Quais são os tratamentos disponíveis para essas cardiopatias?
Existem três tipos: medicamentoso, cirúrgico e hemodinâmico. A indicação do tratamento depende do caso, mas a hemodinâmica tem sido bastante utilizada por ser minimamente invasiva. Cirurgias com essa característica também estão crescendo, mas em todos os casos se faz necessária a avaliação médica para definição do melhor procedimento.
Quais são os tratamentos disponíveis para essas cardiopatias?
Existem três tipos: medicamentoso, cirúrgico e por procedimento hemodinâmico. A indicação do tratamento depende do caso, mas a hemodinâmica tem sido amplamente utilizada por ser menos invasiva, mas com riscos de complicação como as cirurgias corretivas. A cirurgia aberta também é uma opção – mas em todos os casos se faz necessária a avaliação médica para definição do melhor procedimento.
Existem métodos de prevenção? Quais?
Alguns problemas podem ser diagnosticados e até tratados ainda no período de gestação, como algumas arritmias cardíacas e hipoplasia de vasos e ventrículos. O que se sugere é o acompanhamento do pré-natal com exames de ecocardiograma fetal sob orientação médica. Nos demais casos, não é possível prevenir o surgimento da cardiopatia, mas o tratamento apresenta bons resultados quando realizado de forma precoce.
Como deve ser o acompanhamento cardiológico em crianças? Existe uma idade mínima ou frequência ideal?
O tratamento profilático não é aplicado a crianças sem sintomas e histórico familiar de cardiopatia. Por outro lado, em crianças já diagnosticadas se faz necessária a avaliação e acompanhamento clínico para definir a melhor terapia. Essa frequência também deve ser definida por um especialista junto aos responsáveis.
Fonte: Dr. Ivo Richter