HPV: veja mitos e verdades sobre a infecção
O Papilomavírus Humano, conhecido como HPV, é responsável pela infecção sexualmente transmissível mais comum – que pode acometer pele e mucosas de homens e mulheres com verrugas na região genital e no ânus. E um dos motivos para falarmos do assunto é que boa parte da população não se sente informada sobre o tema: poucas pessoas sabem, por exemplo, que o preservativo feminino é o mais eficaz na prevenção contra o vírus. Por isso, entrevistamos Lauro Perdigão, infectologista do Grupo Americas, para esclarecer sobre as principais questões que envolvem o HPV.
Vacina contra HPV é um dos principais meios de prevenção
A vacina, aprovada no Brasil nas versões bivalente e quadrivalente, também é importante para prevenir a infecção. Ela deve ser aplicada em meninas com idade entre 9 e 14 anos e meninos com idade entre 11 e 14 – além de grupos com condições clínicas especiais. A vacina também é eficaz para quem já foi infectado pelo HPV – por impedir novas transmissões e proteger contra infecções por outros tipos do vírus.
“Associar a vacinação com o uso de preservativos é a melhor maneira de combater a infecção”, explica Perdigão. Além disso, a vacina é essencial para meninas com idade entre 9 e 14 anos – para que sejam imunizadas antes de se tornarem sexualmente ativas. Nos casos de mulheres adultas, é importante buscar por assistência adequada para diagnóstico, tratamento e prevenção, assim como tratamento precoce do câncer.
Mitos e verdades sobre o HPV
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O HPV está associado ao câncer: verdade. Os tipos mais perigosos de HPV estão relacionados a lesões pré-cancerígenas e, se não tratadas, aos cânceres de colo do útero e das genitálias. Os HPV dos tipos 16 e 18 são as principais causas do câncer de colo do útero no mundo (cerca de 70% dos casos).
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A transmissão do HPV é apenas sexual: mito. Apesar de ser sexualmente transmissível, o HPV também pode ser transmitido de mãe para filho na gestação ou parto. Esse tipo de transmissão é raro, mas, quando acontece, pode afetar a laringe e as genitálias do recém-nascido.
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Na maioria dos casos, o HPV não manifesta sintomas: verdade. A infecção costuma ser assintomática, por isso muitas pessoas acabam transmitindo o vírus aos seus parceiros sexuais sem saber. Na maioria dos casos, a infecção pelo HPV é curada pelo próprio organismo – mas, nas infecções por subtipos mais agressivos, o vírus pode persistir e evoluir com complicações.
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Verrugas genitais são o único indício de infecção: mito. Apenas 10% das pessoas com HPV manifestam verrugas genitais. Existem casos em que o paciente apresenta lesões planas na cavidade oral e no trato aerodigestivo. Algumas dessas lesões podem não ser identificadas a olho nu, sendo conhecidas também como lesões subclínicas.
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Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV: verdade. Desses, 12 são considerados de alto risco e estão relacionados a complicações graves – como os cânceres mencionados anteriormente. Eles têm mais chances de se manterem ativos no organismo e causar sérias lesões à pessoa infectada.
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O tratamento é igual para homens e mulheres: mito. O diagnóstico e o tratamento são diferentes para homens e mulheres, assim como a progressão do vírus. Os principais motivos são as diferenças hormonais e anatômicas nos órgãos genitais. O colo uterino, por exemplo, é mais propenso à multiplicação do HPV, por isso as chances de complicações são maiores.
Fontes:
Dr. Lauro Perdigão (infectologista)
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/dezembro/07/Perguntas-e-respostas-HPV-.pdf
https://sbim.org.br/images/files/carta_aberta_vacina_hpv.pdf