Queimaduras: tratamentos e precauções
Quem já sofreu queimaduras sabe como essa lesão pode ser dolorosa. Envolta em muitos mitos, porém, não é incomum escutar que produtos e receitas caseiras são capazes de oferecer soluções milagrosas. Pasta de dentes, pó de café, manteiga – as indicações de possíveis “remédios” são variadas. A única coisa em comum entre elas é que, além de não funcionar, as chances de infeccionar o local são grandes.
Por isso, para garantir que o tratamento correto será adotado, o Cuidados Mil quer te ajudar a entender o tipo de lesão, como cuidar de queimadura e quais as precauções corretas a serem seguidas.
Tipos de queimadura: entendendo a gravidade da ferida
- Queimadura de 1º grau: a mais simples de ser tratada, mas também uma das mais dolorosas. Ela atinge apenas a camada externa da pele – e se caracteriza pela dor intensa, vermelhidão e por não formar bolhas.
- Queimadura de 2º grau superficial: a lesão chega até a camada mais externa da derme (logo após a epiderme) e seus sintomas são os mesmos da lesão de 1º grau, mas com aparecimento de bolhas; que não devem ser estouradas em nenhuma hipótese.
- Queimadura de 2º grau profunda: ao contrário do se poderia pensar, esse tipo de ferida é menos dolorosa, apesar da gravidade. Isso acontece porque ela atinge toda a camada derme, podendo inclusive chegar às terminações nervosas – responsáveis pela sensação de dor. A bolha formada se caracteriza por ter sua base branca e seca.
- Queimadura de 3º grau: atinge todas as camadas da pele, nervos e tecidos subcutâneos, podendo chegar aos músculos e ossos. Por conta da sua profundidade, é indolor e a lesão é esbranquiçada, seca e deformante. Para tratamento, é preciso apoio médico e procedimentos cirúrgicos.
Tratamento para queimadura: quais os primeiros socorros?
O melhor tratamento de urgência é colocar imediatamente a área atingida embaixo da água em temperatura ambiente até que a pele seja resfriada. No caso de lesões de 1º grau, mantenha a área limpa e hidratada. Após a primeira semana pode ser usado óleo mineral ou vaselina líquida para hidratação, mas o ideal é consultar o seu médico para as devidas orientações.
Quando houver formação de bolhas, não tente estourá-las ou esvaziá-las: elas são curativos biológicos naturais. Qualquer tipo de manuseio da pele deve ser feito por um profissional especializado, pois a ferida estará exposta a elementos externos e possíveis infecções.
Caso a roupa tenha sido atingida pelo fogo, ela não deve ser retirada. O correto é apenas molhar a vestimenta e aguardar o socorro – assim, não haverá risco de estourar as bolhas ou agredir ainda mais a pele.
Outro cuidado importante é retirar qualquer tipo de acessório que a pessoa esteja utilizando – como pulseiras e anéis. Em algumas circunstâncias, o corpo incha naturalmente e esses objetos podem ficar presos ou machucar o paciente.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda o atendimento médico se:
- A queimadura for considerada de segundo ou terceiro graus;
- A área queimada é grande, mesmo que a lesão não pareça grave; ou sempre que parecer cobrir mais de 15% a 20% do corpo;
- O acidente for provocado por fogo, corrente elétrica ou substância química;
- A queimadura for no rosto, couro cabeludo, articulações ou genitais;
- A lesão parecer estar infectada (inchada, com pus, cada vez mais roxa ou com linhas roxas na pele que rodeia a ferida).
Fonte: Dr. Cassiano Ricardo Martins Garcia