Saúde mental na pós-pandemia: quais distúrbios psicológicos precisam da sua atenção?
Não há dúvidas de que o isolamento social e a pandemia vão deixar muitos efeitos na vida da população. Pessoas que tiveram a doença ou que sofreram a perda de um parente por causa da Covid-19 estão mais sujeitos a desenvolverem algum transtorno psicológico – desde o estresse pós-traumático até um episódio depressivo -, aqueles que passaram um tempo dentro de casa também podem sofrer com acometimentos diretos na saúde mental relacionados à experiência do isolamento social.
Na pós-pandemia, é preciso muita atenção aos sinais que indicam algum problema de natureza psicológica e, principalmente, se estão afetando a vida de modo geral, como relacionamentos e profissão. A ajuda de um profissional da saúde se torna essencial para desvendar e lidar com os efeitos da pandemia na saúde mental. Listamos abaixo alguns problemas psicológicos que podem surgir!
Síndrome de Burnout se caracteriza pelo esgotamento mental
Profissionais de diversas categorias tiveram que se adaptar ao trabalho em casa durante a pandemia. O home office pode ajudar aqueles que gastavam muito tempo no trajeto de casa ao emprego, mas mesmo assim é uma adaptação de espaço, horários e até mesmo de conciliar tarefas domésticas com o trabalho. Além disso, a incerteza econômica e medo de ficar desempregado podem ser uma pressão a mais na rotina de trabalho. Por outro lado, profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate da Covid-19 ou aqueles que trabalham em serviços essenciais estão mais sujeitos a enfrentarem um esgotamento físico e mental.
Especialistas já alertam para um possível agravamento dos casos da síndrome de Burnout. Também chamada de síndrome do esgotamento social, o problema se manifesta com quadros de muito estresse, desinteresse excessivo pelo trabalho e dificuldade para realizar tarefas simples durante o expediente. O Burnout também tem sintomas físicos, como insônia, dor de cabeça e muscular, muito cansaço e até batimentos cardíacos acelerados. Normalmente, a síndrome surge depois de períodos de pressão ou total descontentamento com a atividade que exerce.
O transtorno de ansiedade pode se manifestar em situações de incerteza sobre o futuro
Outro quadro que pode surgir durante a pandemia é a ansiedade. O problema deixa de ser uma reação natural do corpo quando passa a atrapalhar sua vida, impactando desde o apetite até o sono. Medo e insegurança também são emoções que podem coexistir nesse momento. A ansiedade se torna praticamente parte da rotina, se manifestando com dificuldade de concentração, preocupação excessiva, nervosismo e impulsividade. Durante uma crise de ansiedade, a pessoa pode experimentar sensações como tremores pelo corpo, palpitação e falta de ar, além de um medo que muitas vezes não tem uma explicação justificável. O período de isolamento traz situações desafiadoras que podem corroborar para o desenvolvimento do Transtorno de Ansiedade, principalmente pela instabilidade e incerteza sobre o futuro. Alguns psicólogos estão atendendo de forma virtual durante a pandemia. Considere buscar um atendimento se a situação estiver saindo do seu controle e impactando diretamente sua rotina cotidiana.
Isolamento social e perda de familiares são gatilhos para a depressão
A depressão é outra doença mental que precisa da sua atenção durante a quarentena. O isolamento social pode levar o indivíduo a situações extremas que impactam diretamente o humor. Os sinais mais comuns de um quadro depressivo são tristeza profunda, falta de interesse por atividades que antes faziam parte da rotina, alterações no sono (dormir de mais ou de menos), autocobrança, muito cansaço físico e mental e até mudanças no apetite. Outros sintomas também podem se manifestar em maior ou menor intensidade. É importante que a depressão seja acompanhada por um médico na medida em que pode demandar o uso de medicamentos como parte do tratamento. Procure ajuda!
Medo de contaminação pode levar a um quadro de TOC
A pandemia trouxe para a realidade da população algo que não era muito comum antes da doença: a preocupação excessiva com a higiene, tanto pessoal como em outros aspectos. Um exemplo disso são as compras do supermercado ou um delivery que passaram a ser limpas rigorosamente. Até os sapatos e roupas utilizadas na rua passam por todo um processo de desinfecção. No momento, a higienização das mãos e superfícies é totalmente válido como um método de prevenção da Covid-19, mas é preciso atenção com o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). A síndrome se manifesta de diferentes formas e uma delas está relacionada ao pensamento obsessivo em relação a contaminações, fazendo com que a pessoa afetada tenha ações repetitivas e exageradas, trazendo prejuízos à sua funcionalidade cotidiana.