Sua situação realmente é uma emergência? Saiba como avaliar a gravidade do seu problema
Assim que surge um enjoo ou uma dor de cabeça mais forte, logo vem a dúvida: cuidar em casa ou procurar um pronto-socorro? Muitas vezes, as pessoas optam de imediato pela segunda opção. Mas, afinal, você sabe como avaliar se sua situação realmente é uma emergência? Para esclarecer isso, o Cuidados Mil conversou com o Dr. Marcelo Tayah, coordenador da emergência do hospital Americas Medical City, que explicou como fazer uma avaliação prudente. Confira.
Em quais situações críticas devo procurar atendimento na emergência?
Existem cenários em que não há dúvidas quanto à necessidade de se dirigir a uma emergência. Acidentes, hemorragias de grande volume, vômitos ou fezes com sangue, dor no peito súbita ou com falta de ar e elevação ou queda da pressão arterial são alguns dos exemplos. Segundo o Dr. Marcelo, outras conjunturas, especialmente que envolvam alterações mentais, também devem ser levadas em consideração. “Situações como acidente vascular cerebral, que pode ser percebido com perda da força em um lado do corpo, alteração da fala, confusão mental ou perda da consciência. Quadros infecciosos severos, que podem causar alteração da pressão, batimentos cardíacos acelerados e falta de ar, também requerem urgência na procura de um pronto-socorro”, explicou o médico.
Cortes e queimaduras são casos de emergência?
Ninguém está livre de imprevistos e os acidentes podem acontecer. Por isso, em casos que envolvam cortes e queimaduras, o ideal é buscar o atendimento para que o médico analise e escolha o tratamento adequado de acordo com o grau e a extensão da lesão e, especialmente em situações de cortes, veja se há necessidade de sutura.
E em caso de febre? Devo me preocupar?
De acordo com o Dr. Marcelo Tayah, a resposta vai depender do seu atual quadro de saúde. “Pacientes previamente saudáveis, sem doenças crônicas, que tenham febre com início há menos de 24 horas e sem outros sintomas associados, dificilmente resolverão o caso com uma ida à emergência. A causa da febre, nessas situações, muitas vezes não é definida já que na fase inicial não temos alterações no exame físico e nem mesmo em exames complementares”, informou.
Por outro lado, em situações de febre contínua somada a outros sintomas como dor de cabeça, queixas urinárias e respiratórias, é necessária uma avaliação médica. Da mesma forma, casos de pacientes em extremos de vida com quadros febris em temperaturas elevadas e mantidas por mais tempo.
Por que lotar as emergências sem necessidade é ruim para o hospital e para o paciente?
Segundo Dr. Marcelo, ao classificar o nível de gravidade dos pacientes no processo de triagem, percebe-se que 80% dos casos são considerados como não urgentes. Esse número cai um ainda mais após a avaliação médica, mas, ainda assim, boa parte das situações poderiam ser resolvidas em consultórios ou ambulatórios.
Além disso, o profissional destaca o quanto a lotação pode ser prejudicial para ambos os lados. “Algumas situações, como as infecções respiratórias ou as de transmissão aérea, o risco de transmissão pessoa-pessoa aumenta, especialmente, em ambientes mais populosos e fechados. Isso é muito ruim, já que os pacientes que procuram a emergência por outro motivo, podem sair de lá com uma chance maior de contrair um quadro infeccioso”, finalizou o profissional.
A dica é saber sempre avaliar entre os sintomas que precisam de atendimento de emergência e os que podem ser resolvidos em casa. Isso evita que em casos simples, você fique horas exposto ao contágio de doenças mais graves. Mas, lembre-se, se os sintomas persistirem é essencial procurar uma ajuda médica, e não se autodiagnosticar ou medicar.
Além disso, hoje em dia existem serviços de orientação em saúde, disponibilizados por muitas operadoras de plano de saúde, que oferece atendimento 24h através de uma linha telefónica, com profissionais de saúde capacitados para orientar os pacientes da melhor forma.