Quais são os efeitos do cigarro no organismo?

Homem fumando cigarroNo Brasil, a estimativa é que cerca de 157 mil pessoas morrem a cada ano de problemas decorrentes do cigarro, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O tabagismo é considerado um problema de saúde pública e pode afetar diferentes sistemas do corpo humano, prejudicando funções vitais. Além do câncer, o tabaco pode comprometer o funcionamento do coração, circulação sanguínea e até atrapalhar o rendimento esportivo.

Do prazer à dependência: entenda o ciclo do tabagismo

A fumaça do cigarro é capaz de atingir todo o sistema circulatório e chegar ao cérebro em poucos segundos. Ou seja, as substâncias percorrem o organismo com a mesma velocidade de injeções na veia. O perigo está na nicotina, uma substância presente em cigarros, charutos e até no narguilé, capaz de liberar no organismo um hormônio chamado dopamina, que provoca uma sensação de prazer. A inalação dessa fumaça tem impacto no sistema nervoso e pode modificar o comportamento e emoções da pessoa, levando-a à dependência.

Depois de um tempo, o cérebro passa por adaptações e começa a demandar mais doses para se manter no mesmo estado de “prazer”, levando o indivíduo a fumar cada vez mais para se satisfazer. Quando o corpo para de receber a nicotina, outros hormônios que provocam irritação são liberados, criando assim um ciclo mais difícil de se livrar. Além desses efeitos cerebrais, o tabagismo é a porta de entrada para doenças crônicas graves, que podem alterar a saúde e qualidade de vida. Veja abaixo 6 problemas decorrentes do cigarro!

Veja 6 efeitos do cigarro no corpo humano

  • Causador de diversos tipos de câncer

A Fundação do Câncer aponta que o tabagismo é o causador de 30% de todos os casos de câncer. O tipo mais comum é o câncer de pulmão, que é decorrente do tabagismo em cerca de 90% dos diagnósticos: pelo menos 20% dos fumantes podem ter a doença. O câncer causado pelo cigarro também pode atingir outros locais do corpo, como boca, laringe, pulmão, rim, bexiga, esôfago, pâncreas, cólon e reto.

  • Prejudica o sistema respiratório

Além do câncer de pulmão, o tabagismo também é um fator que prejudica muito o sistema respiratório, causando doenças que podem ser muito graves. O fumante pode desenvolver asma, doença pulmonar obstrutiva, enfisema pulmonar e bronquite crônica. Além disso, tem mais chances de ser acometido por infecções respiratórias, como tuberculose e pneumonia – causadas por bactérias, o tratamento é mais complexo e pode levar a morte.

  • Mais chances de doenças cardíacas

O cigarro é um perigo para o coração! O tabagismo compromete o funcionamento das artérias, causando doenças como hipertensão arterial, infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e trombose. A explicação está no impacto que a fumaça causa do endotélio, uma camada celular que cobre os vasos sanguíneos: essa “parede” fica mais vulnerável, facilitando o acúmulo de gordura e prejudicando a circulação.

  • Impotência e problemas de fertilidade

O cigarro pode prejudicar a vida sexual e até impedir uma gestação. No caso dos homens, o tabagismo provoca o entupimento das artérias (da mesma forma que ocorre nas artérias) e diminui o fluxo sanguíneo no pênis, impedindo assim a ereção. O fumo também pode causar infertilidade: as substâncias modificam o material genético dos espermatozoides. Em mulheres, há muitos impactos na fertilidade, como alteração no processo de formação dos óvulos e atrapalhar a concepção.

  • Menos resistência física

O tabagismo também pode prejudicar a performance em esportes. Além de ter a imunidade prejudicada, o fumante se cansa mais rápido e tem menos fôlego do que pessoas que não fumam. A resistência física também é prejudicada, fazendo com que a pessoa não consiga finalizar um exercício que demanda mais esforço.

  • Envelhecimento precoce

As pessoas que fumam tendem a envelhecer mais cedo que o normal. Dentes amarelados e rugas são alguns sinais que aparecem precocemente. Além disso, um fumante perde expectativa de vida: cada cigarro corresponde a 11 minutos a menos de vida, segundo um estudo publicado no British Medical Journal.

Fontes: Instituto Nacional do Câncer e Fundação do Câncer